Poucos jogos desta atual
geração de consoles conseguiu me prender com tanta veemência, posso citar uns quatro
bons exemplos: God of War, Assassin’s Creed (série), Uncharted (trilogia), e
Batman Arkhan Asilum (Acreditem ainda não joguei o Arkhan City. Sim! Eu também
não me perdôo por isso).
É claro que teve outros ótimos
jogos tão bons quanto estes acima, como o Red Dead Redemption, L. A. Noire, Medal
of Honor, Skyrim e outros que também me prenderam bastante, mais os quatro anteriores não os considero melhores mais sim, acredito que a narrativa da
história foi um pouco mais frenética a ponto de logo querer dá prosseguimento na
labuta.
O ultimo grande jogo que teve
esta perspicácia foi o grande lançamento da Rockstar neste ano, Max Payne 3. Ai
você me pergunta: O que faz deste game tão envolvente?
Acredito que a Rockstar criou
um game com uma narrativa cinematográfica, mais sem esquecer sua essência
contida nos primeiros jogos da série, além de melhoras consideráveis na jogabilidade
e gráficos exuberantes descrevendo com franqueza as favelas de São Paulo, o que
de fato quando anunciado, que o game se passaria no Brasil houve um frenesi, em
sites e fóruns de games em torno desta afirmativa. Todos, inclusive eu, tinham
medo de ver uma São Paulo meio carioca, tirada diretamente de filmes como Tropa
de Elite e Cidade de Deus. Mais acredito que houve por parte da Rockstar um
estudo das características do local e do comportamento da população.
Na minha ótica a fictícia
favela Nova Esperança retratada no game, reproduz com certo realismo as favelas
paulistas. Além da favela há cenários como botecos, bordel, boate, estádio de
futebol (acredito que não há um time brasileiro com uma estrutura tão boa
quanto ao time fictício Galantis F.C), ferro velho, aeroporto, metrô, escritório
das empresas Branco, mansões, Rio Tietê (mais limpo e navegável como nunca). De
fato o Rio Tietê possui parte navegável na região de sua nascente na Serra do Mar, ele se torna o que conhecemos quando chega a São Paulo, mais como o jogo
se passa em São Paulo capital os gringos trataram de “limpar” o Tietê por
completo. Outro cenário que vale destacar são as ruas da metrópole, que não
foram descaracterizadas, placas de trânsitos e orelhões nas cores dos orelhões
da "telefônica" descrevem bem isto.
São Paulo não está ali
fielmente retratada, mais de fato não houve a tal “carioquização” da metrópole
paulista como muitos diziam que iria haver.
Tiroteio em Nova Esperança, favela fictícia do game |
Sobretudo só de saber que um
game de uma empresa que mantém uma fama de prezar sempre pela qualidade e é
reconhecida pela polêmica de seus games, fazer do Brasil cenário de uma de
suas obras, faz com que nós brasileiros ficamos mais curiosos e envolvidos com
o desenrolar da história.
História esta que dá
seguimento a série de jogos do PS2, XBOX, e PC que estava esquecida e com um
dedo de poeira nos porões Californianos da Rockstar. Eis que a empresa que
nunca dá tiro no escuro em seus lançamentos teve a brilhante idéia de trazer de
volta o a tona o detetive mais barra pesada de NYDP, agora querendo apagar seus
fantasmas em doses de whisky e analgésicos em terras “Brasilis.
Max vem ao Brasil a convite de
Raul Passos, um antigo amigo que trabalha como segurança de magnatas
brasileiros. A vinda de Max acontece, pois o mesmo tem a cabeça caçada em Nova
Jersey (ultima cidade onde morou nos EUA) e em todo território norte americano,
isto acontece após Max assassinar Tony de Marco, filho de Anthony de Marco, um poderoso e influente gangster local.
Morando
na cidade de São Paulo Max Payne é segurança particular de Rodrigo Branco, um
magnata brasileiro do ramo imobiliário, e adepto as baladas regadas á mulheres,
whisky e farinha que o Maradona curte. Em meio a uma destas baladas loucas. A bela
esposa de Rodrigo Branco é seqüestrada por uma gangue conhecida como comando
sombra, uma espécie de PCC fictício, que tem como chefe Serrano, uma espécie de
Zé Pequeno dos games.
A
partir deste momento Max se envolve de vez na trama a ponto de colocá-lo como
homem mais procurado de São Paulo, tanto pela polícia tanto pelo poder paralelo.
O
game retrata o personagem principal com expressões sempre fechadas e com um físico
pouco mais debilitado devido a idade e o vício em whisky e analgésicos. Desta
vez Max está de cabeça raspada e barba maior, o que torna o personagem
visivelmene mais brutal. Os movimentos de Max são um pouco mais lentos do que
nos game anteriores, nada que o venha atrapalhar a erradicar um exército
inteiro de facínoras, mais serve para ilustrar bem a passagem do tempo na vida
de Max.
O
efeito Bullet-time, popularmente
conhecido como câmera lenta do Matrix, foi aprimorado e dá mais ação ao game,
nada mais espetacular do que acertar um balaço do inimigo e a ver atravessar
seu crânio e miolos como uma faca na manteiga!...
Vocês
não acham isto legal? Não?!...
Estão
todos condenados a passarem o restos de suas vidas sentados no colo do Boss de Dante’s Inferno!..
...Voltando
ao estado normal de consciência!...
O efeito Bullet-time ou camera lenta Matrix |
O
life de Max pode ser regenerado se
drogando com analgésicos, o que faz Max ficar momentaneamente tonto com os remédios,
e a outra forma é usando a mecânica Last
Man Standing, que te proporciona uma câmera lenta para alvejar o
inimigo que está te matando, mais isto só pode acontecer caso o tiro que você
tomar não for um tiro letal, ou na cabeça ou um tiro de uma arma de grosso
calibre a queima roupa, o que trona o game mais difícil e desafiador.
mecânica Last Man Standing de regeneração do life |
O
Multiplayer de Max Payne é bastante divertido e viciante, é possível a montagem
de clâns, customizar seus armamentos e personagem. As customizações vão de
tênis, sapatos e chinelos a serem escolhidos, até caracterização facial,
passando por cabelo, cor de pele dentre várias roupas e equipamentos que ao
longo que seu personagem vai subindo de nível vai adquirindo dinheiro para
serem destravados. Cada equipamento possui um benefício e um malefício,
exemplo, o colete a prova de balas te dá resistência mais em contra partida te
deixa mais lento.
A
dublagem e músicas que ambientam Max Payne 3 pode ser hora um ponte forte, hora
um ponto fraco do game, As músicas de funk com letras bem pesadas ouvidas no
game na favela e no bordel, descreve bem o cenário que quiseram retratar,
partes do jogo temos também músicas do rapper
paulista Emicida, ao meu ver as músicas foram bem escolhidas e transmite bem ao
jogador a atmosfera do game. O que deixa a desejar em certos momentos são as
dublagens que parecem feitas por brasileiros que não falam a língua nativa por
muito tempo, ou então atores dignos do cast
da novela mutantes. Em momentos de ira os palavrões saem de forma tão forçada
que parece uma criança quando começa aprender falar, em outros momentos não há
sincronia da ira do personagem com a fala ouvida. Mais o mais desagradável é
existir tantos brasileiros falando inglês fluentemente. Seria uma maravilha se
isto fosse verdade, mais de fato ao meu ver esta é a maior bola fora do game. Nada
que estrague. Certa forma é engraçado ao meio do tiroteio ouvir algum xingamento,
bandidos se vangloriando e te ameaçando em português.
Ao
jogar Max Payne tive uma pequena impressão de estar jogando mais do mesmo só
que com visíveis melhorias, O jogo tem narrativa similar a Kane and Lynch Dog
Days 2 (do qual escrevi neste post), não estou comparando ambos, Max Payne é
infinitamente melhor, apenas a narrativa, á atmosfera, a barra que os
personagens passam para se safar de bandidos e polícia simultaneamente é
similar. Em minha opinião Max Payne superou a expectativas que eu tinha em
torno deste título, transbordando clichês típicos de filmes de ação. Um ótimo
jogo para quem gosta de ótimos jogos, tiroteios em terceira pessoa sem cessar,
além de uma história envolvente contada de forma cinematográfica, no melhor estilo
“Duro de Matar”.
Nota:
10
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